MatrizNet

 
Logo MatrizNet Contactos  separador  Ajuda  separador  Links  separador  Mapa do Site
 
terça-feira, 16 de abril de 2024    APRESENTAÇÃO    PESQUISA ORIENTADA    PESQUISA AVANÇADA    EXPOSIÇÕES ONLINE    NORMAS DE INVENTÁRIO 

Animação Imagens

Get Adobe Flash player

 


 
     
     
 
FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Palácio Nacional de Sintra
N.º de Inventário:
PNS2978
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Mobiliário
Denominação:
Armário
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
Norte da Alemanha
Datação:
XVII d.C. - XVIII d.C. - c. 1700
Matéria:
Madeira (carvalho, nogueira e ébano?)
Dimensões (cm):
altura: 253; largura: 213; profundidade: 80;
Descrição:
Armário barroco em madeira, de fabrico alemão (Norte da Alemanha) onde esta tipologia, que conheceu diferenças regionais, é conhecida como “Hamburguer Schapp”. Possui um entablamento de grandes dimensões com arquitrave entalhada com uma imagem da Virgem do leite ao centro; encontra-se a dar de mamar ao Menino que se apoia no seu braço. Esta composição é ladeada por dois anjos inseridos no meio de motivos vegetalistas. A sanca é rematada por uma cornija saliente. O corpo central estrutura-se em duas portas, rectangulares, sendo que a porta da direita apresenta no remate um rebordo saliente em alto relevo que faz, por meio de uma fechadura, o encaixe na porta da esquerda. Apresenta-se ao observador como se fosse uma coluna de secção quadrangular trabalhada em alto relevo com motivos vegetalistas entre os quais surgem, no topo uma figura de criança segurando uma filactera na qual se lê Die Gedvlt (Die Gedult, a Paciência*), a meio outra figura de criança com um cordeiro aos ombros e por baixo uma águia. A composição termina, no topo, num capitel coríntio no qual figura um busto feminino. A ladear as portas surge uma composição semelhante: à esquerda uma coluna com uma criança com uma filactera com a inscrição Der Gelavbe (Der Glaube, A Fé) e sob esta uma criança que segura na mão esquerda uma cruz; à direita nova coluna com uma criança segurando uma filactera com a inscrição Die Hofenum (Die Hoffnung, A Esperança) e sob esta uma criança com uma âncora às costas. Ambas as colunas possuem capitéis com bustos femininos. O centro das portas apresenta uma almofada de forma elíptica decorada a toda a volta com folhagens e possuindo no topo dois anjos segurando uma coroa, cabeças de anjo a meio e um busto feminino na parte inferior. As almofadas, em relevo, inserem-se numa estrutura, escavada, em forma de arco canopial (no topo e na base) acentuadas por frisos de madeira mais escura. Nos ângulos destes arcos encontra-se uma decoração profusa. Na porta do lado esquerdo na parte superior encontram-se uma figura feminina que jorra água de um jarro para uma taça e que representa a Temperança; e uma figura feminina que segura com a mão esquerda um espelho e com a direita duas serpentes, representando a Vaidade; estas duas figuras têm correspondência, na porta esquerda, com outras duas (também na parte superior) que simbolizam a Luxúria, representada por uma figura feminina com uma torre quebrada ao ombro (a Torre de Babel) e o vestido ligeiramente levantado e a Justiça, encarnada numa figura feminina com a espada na mão esquerda e a balança na mão direita. Entre estas figuras vêem-se em ambas as portas duas cabeças de anjos alados. Na parte inferior encontram-se representadas, sob a forma de quatro crianças, as quatro estações - do lado esquerdo a Primavera, segurando uma flor e o Outono segurando um cacho de uvas, e do lado direito o Verão com espigas e a foice e o Inverno representado vestido para se distinguir das restantes figuras, nuas. A transição para o corpo inferior faz-se por meio de um rebordo saliente. O corpo inferior, possui um gavetão de frente dupla, sendo que a continuação das colunas é, na base, saliente em relação às almofadas e possui decoração em alto relevo; dos lados apenas com motivos vegetalistas, ao centro uma figura híbrida. As almofadas do gavetão são em forma de hexágonos com um friso ao centro e outro nas extremidades, em madeira mais escura. Os pés, de grande dimensão, são esféricos, em madeira mais escura. As ilhargas apresentam uma almofada central (vertical) com um friso ao centro e outro nas extremidades, ambos em madeira mais escura; na zona correspondente ao gavetão encontra-se uma almofada rectangular (horizontal) com um friso em madeira mais escura. As costas não possuem decoração. As dobradiças não são visíveis e a fechadura está encoberta pela perna (amovível) da criança com o cordeiro; é constituída por duas linguetas. O gavetão possui duas pegas com escudetes recortados. O interior não apresenta qualquer divisão. * De acordo com as outras duas inscrições aqui deveria estar "caridade", mas em alemão a palavra correcta para caridade é liebe (ou ainda mildtätigkeit); possivelmente gedvlt surge aqui com essa conotação.
Incorporação:
Transferência - Proveniente do Palácio Nacional da Ajuda.
Origem / Historial:
Transcrição do Ofício da Repartição do Património da Fazenda Pública de 7 de Abril de 1956 (documento existente no monumento). "Como tive o gosto de assinalar ao nosso Ex.mo Director-Geral, numa das revistas ao andar nobre do edifício, assinalei, no armário, a que respeitam os números de ordem e de inventário 269-791, do quarto de Hóspedes de Honra, algumas palavras, que, segundo reconheci, nunca haviam sido descobertas. Tais palavras, gravadas na madeira, na frente da peça, sobre figuras de anjos, dispõem-se em três grupos, conforme segue: 1ª grupo (esquerda) - der Gelavbe (em alemão moderno, Der Glaube, isto é, A Fé); 2º grupo (centro) - Die Gedvlt (em alemão moderno, Die Geduld, isto é, A Paciência; 3º grupo (direita) - Die Hofennvng (em alemão moderno, Die Hoffnung, isto é, a Esperança). Algumas das referidas expressões são já, por força do tempo, pouco inteligíveis. Independentemente disso, os vocábulos apresentam grafias velhas, além de que os vv ocupam o lugar hoje atribuído aos uu. Um conhecimento mínimo, que da língua alemã possuo, foi, todavia, bastante, para, através da analogia com formas vocabulares modernas, deduzir a significação das antigas. Da história do móvel, fazem parte as informações seguintes, que julgo curiosas: comprado pelo rei D. Fernando, para o Palácio da Pena, seguiu, mais tarde, para o da Ajuda, vindo, por último, para aqui, por determinação da Superintendência. 2/ Junto envio, a V. Exª, verbete novo, pedindo-lhe se digne ordenar a inutilização do antigo, por menos completo. 3/ Rogo a V. Exª, o que agradeço, a fineza de levar este assunto a conhecimento superior."
 
     
     
   
     
     
     
 
Secretário Geral da Cultura Direção-Geral do Património Cultural Termos e Condições  separador  Ficha Técnica