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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional de Arqueologia
N.º de Inventário:
Au 1007
Supercategoria:
Arqueologia
Categoria:
Ourivesaria
Denominação:
Pátera
Grupo Cultural:
Romano
Datação:
I d.C. - II d.C. - Época Romana
Matéria:
Prata
Técnica:
Fundição
Dimensões (cm):
altura: 3,3; diâmetro: 9,3;
Descrição:
Pátera, em forma de calote; pé anular; desprovida de quaisquer elementos decorativos. Provém de um contexto funerário juntamente com as restantes peças de Sepultura da Lameira Larga.
Incorporação:
Compra - A Dr. Francisco Falcão procº JN 11/L(108))
Proveniência:
Lameira Larga.
Origem / Historial:
*Forma de Protecção: classificação; Nível de Classificação: interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei nº 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei nº 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto; nº 19/2006; 18/07/2006* A sepultura da Lameira Larga foi "encontrada a 19 de Abril 1907 no lugar da Lameira Larga, no limite da Aldeia do Bispo, (Concelho de Penamacor, distrito de Castelo-Branco) na terra do Sr. João da Costa Martins. O citado senhor, no decurso de trabalhos numa vinha, tropeçou numa caixa grande de chumbo de 1 metro de comprimento e 60 centímetros de largura. Esta caixa entrava-se dentro de um buraco aberto na rocha, esta fossa estava coberta por três barras de ferro e telhas e ladrilhos de barro. Descrição feita a partir de um relato do segundo proprietário da coleção, Dr. Adelino Pinheiro Galhardo, e é uma notícia que tem um inegável interesse de revelar um contexto bem estruturado que se conservou completamente selado desde o momento do enterramento até à sua descoberta no ínicio do século XX, apenas não eslcarecendo se estávamos perante uma sepultura de inumação, se de incineração. Já no que respeita ao facto de se tratar de uma sepultura isolada temos referência a outros vestígios de época romana, identificados na mesma época numa área próxima (Landeiro, 1965, p. 53). A notícia desta descoberta foi publicada por Santos Rocha (1909, p. 44-49), a partir da observação directa, seguramente, dos cinco objectos de prata, publicando as fotografias do espólio do conjunto sepulcral, então cedidas por Francisco Augusto Costa Falcão, na época, já o terceiro proprietário da coleção. A deposição funerária então publicada é constituída pela urna de chumbo, dentro dela encontravam-se os objectos do espólio funerário compostos por cinco recipentes de prata (um deles é esta pátera), três objectos de vidro (...), e dois de cerâmica (...)." (García y Bellido, 1949). A publicação foi desenvolvida por Garcia y Bellido (1949), mas que segue em traços gerais a publicação de Santos Rocha, no que respeita à notícia da descoberta e ao inventário do espólio recolhido. Aquele autor, que não observou directamente o conjunto sepulcral, apresenta no seu estudo uma estampa com desenho simplificado do espólio, realizado a partir das fotografias publicadas por Santos Rocha, detendo-se na denominada pátera "Perseu contra Medusa", a qual descreveu detalhadamente. O inventário do espólio publicado nos dois estudos não coincide exactamente com o que actualmente se conserva no Museu Nacional de Arqueologia, que só em dara muito posterior à sua descoberta foi incorporado nas suas coleções. O Estado Português, por proposta elaborada, em 1972, então do director do Museu D. Fernando de Almeida adquiriu por despacho ministerial no ano seguinte (aos herdeiros de João da Costa Falcão, falecido em 1971, presentados pelo Engº Carlos Mascarenhas Falcão) as peças exumadas da sepultura da Lameira Larga, juntamente com os terrenos onde se situa a villa de Torre de Palma. A "Pátera de Perseu" deu formamente entrada no Museu Nacional de Arqueologia em 23 de Junho de 1980 e as restantes em 1988. Se compararmos o conjunto inicialmente publicado por Santos Rocha com o inventário do que se conserva no Museu Nacional de Arqueologia atribuído à sepultura Lameira Larga verificamos que, do espólio originalmente publicado falta um prato (discus) em prata com a marca "M : M : S". (fig. 3 do estudo de Santos Rocha), não sendo do nosso conhecimento ter sido posteriormente localizada ou republicada. A lucerna de volutas com a representação de Vitória (fig.9 do mesmo artigo), segundo vários autores está deposita no Museu Francisco Tavares Proença Júnior, de Castelo Branco. José António Ferreira de Almeida refere-a no catálogo de Lucernas Romanas em Portugal (1953, p. 92., nº 244, est. XLVI), embora não indicando a proviniência "Lameira Larga" e Manuel Leitão e Salete da Ponte (1988, p. 156, fig. 1), descrevem-na detalhadamente e relacionam-na com a sepultura da Lameira Larga. Não podemos deixar de notar que a lucerna que Santos Rocha publicada se encontra intacta, enquanto aquela que os referidos autores atribuem à Lameira Larga se apresenta fracturada longitudinalmente, havendo uma significativa lacuna na discus. Uma análise mais atenta das váriqas fotografias coloca-nos mesmo a dúvida quanto à lucerna do Museu de Castelo Branco, que embora exiba uma representação de Vitória, pode não ser o mesmo exemplar que Santos Rocha originalmente publica. As palavras de Landeiro na revista "Estudos de Castelo Branco" ainda contribuem para adensar mais as dúvidas ao referis que no "Museu Regional Tavares Proença, de Castelo Branco, encontra-se uma das lucernas aparecidas neste achado arqueológico, e creio que foi para ali enviada pelo Prof. Manuel Martins Leitão". (Landeiro, 1965, p.53). E também à sepultura do "caixão de chumbo" da Lameira Larga atribui Ferreira de Almeida (1953, p.166, nº 106, est. XXXVII) uma lucerna Dressel 5, informação não confirmada por Manuel Leitão e Salete da Ponte (1988, p.158 e fig. 6), que apenas confirmam a proviniência da mesma localidade: "Aldeia do Bispo". Trata-se de um simples erro ou confirmação da informação de que há afinal mais do que uma lucerna? O que não merece qualquer dúvida é que, do espólio sepulcral da Lameira Larga que hoje se conserva no Museu Nacional de Arqueologia, apenas oito peças integram o conjunto inicialmente publicado por Santos Rocha, conforme pode ser atestado pela consulta do inventário do Museu, actualizado no presente ano. O prato "(discus)" em prata com marca "M : M : S" (fig. 3 do estudo de Santos Rocha) e a lucerna com representação de Vitória não integravam o lote então adquirido pelo Estado em 1973.
 
     
     
   
     
     
     
 
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