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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu Nacional do Azulejo
N.º de Inventário:
MNAz 136 Esc
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Escultura
Denominação:
Peça do Presépio da Madre de Deus
Título:
Casal de camponeses
Autor:
Ferreira, António e Dionísio (atribuído)
Local de Execução:
Lisboa
Centro de Fabrico:
Lisboa, Portugal
Datação:
1700 d.C. - 1730 d.C.
Matéria:
Barro
Suporte:
Barro cozido (terracota)
Técnica:
Modelação Policromia a frio: pintura a têmpera ou técnica mista (óleo e ovo). Carnação.
Dimensões (cm):
altura: 66 cm; largura: 53 cm; profundidade: 16 cm;
Descrição:
Escultura: Escultura de vulto. Conjunto de figuras de presépio. Grupo escultórico composto por um casal jovem, com as cabeças de perfil e torção acentuada, olhando-se enquanto dão as mãos. O homem traja chapéu, camisa, casaca comprida, meias botas.Sobre os ombros usa uma capa comprida em tons esverdeados e de forro branco. Da cintura pendem-lhe duas lebres. Ergue a mão direita, num gesto de encaminhamento. À sua esquerda, a mulher, com a cabeça parcialmente coberta por um véu branco, traja colete, saia vermelha, sobressaia negra, botins e sobre os ombros um mantéu curto amarelo com um laço verde. Usa um brinco de ouro e transporta um cesto de ovos. Notas iconográficas: Este casal insere-se num cortejo que se dirige do lado direito da composição em direcção ao centro onde se encontra a Sagrada Família, sendo presidido por uma jovem camponesa. A gestualidade galante, o facto de caminharem sem desviarem os olhares e a juventude das duas personagens parece indiciar estarmos perante um casal de namorados. Os objectos que cada uma das personagens transporta parecem conter uma importante carga simbólica apontando para a ideia da sua fertilidade enquanto casal, o casal seguinte constitui como que um desenvolvimento natural, e até anunciado, deste. Neste sentido, a caça, transportada pelo homem, simbolizaria o carácter "predador" ou caçador, a iniciativa deste em relação à mulher que quer conquistar, e os ovos da mulher representariam a sua capacidade de gerar vida e até a sua fragilidade. Assinala-se no cortejo, em que se enquadra este casal, uma forte presença e individualização das figuras femininas característica deste presépio que se explicará, em grande medida, pelo facto de se destinar a um convento feminino. As mulheres representadas originalmente poderiam ser 5 (poderá faltar antes da jovem camponesa um menina camponesa), para além da Virgem, simbolizariam as 5 fases da vida da mulher no mundo profano, constituíndo para as religiosas uma lembrança do mundo de que abdicavam em favor do ideal feminino representado pela figura da Virgem. Bibliografia básica : O Presépio da Madre de Deus (2003)
Incorporação:
Transferência - Por despacho de 31/7/2009, do Director do Instituto dos Museus e da Conservação foi autorizada a transferência a título definitivo do MNAA para o MNAz. Estava em depósito no MNAz desde 1985.
Origem / Historial:
Forma de Protecção: classificação; Nível de Classificação: interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devem recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei nº 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei nº 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto; Nº 19/2006;18/07/2006 O presépio (no qual se integra esta peça) provém do antigo Convento da Madre de Deus (hoje MNA). Foi colocado originalmente num espaço próprio conhecido por Sala do Presépio, contíguo à Capela de Santo António, no segundo piso do edifício do convento ou casa do antecoro. Entre as possíveis circunstâncias em que se situou a encomenda do presépio poderá ter estado um programa de glorificação da Virgem, no qual se enquadra a recepção de dádivas vindas de Roma, em 1731, sob a forma de relíquias várias relacionadas com A Virgem, incluindo, por exemplo, uma tábua do presépio ou berço. Entre os encomendantes prováveis são apontados D. João V e o padre José Pacheco, ou ainda D. Pedro II ou D. Catarina de Bragança. A sua função inicial relacionava-se com a celebração da Natividade realizada em ambiente de clausura. A função actual de objecto museológico decorreu da sua incorporação pelo Estado após o decreto de extinção das ordens religiosas que se prolongou neste caso, por se tratar de um convento feminino, até à morte da última freira, ocorrida em 1871. Não se sabe exactamente quando terá sido desmontado, mas sabe-se que quando foi incorporado no acervo do MNAA (ou Museu Nacional de Belas Artes e Arqueologia até 1884) já estaria desmontado. A primeira exposição museológica de algumas das suas peças isoladas do conjunto ocorreu em 1882 na Exposição de Arte Ornamental Portuguesa e Hespanhola (não foi o caso desta peça). Existiu um projecto de montagem do presépio na sua casa original nos anos 80 ( onde entretanto se instalou o MNA) , motivando o regresso do conjunto escultórico ao MNA, em regime de depósito, mas este projecto não teve continuidade por falta de bases para uma correcta montagem das peças dispersas. Prevê-se uma remontagem do presépio em 2004 no local original da Sala do Presépio pela arquitecta Andreia Galvão.
 
     
     
   
     
     
     
 
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