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FICHA DE INVENTÁRIO
Museu:
Museu de Lamego
N.º de Inventário:
1622
Supercategoria:
Arte
Categoria:
Cerâmica
Denominação:
Painel de azulejos
Autor:
Desconhecido
Local de Execução:
Lisboa
Centro de Fabrico:
Lisboa
Datação:
1670 d.C.
Matéria:
Barro, óxidos metálicos
Técnica:
Faiança
Dimensões (cm):
altura: 158; largura: 280;
Descrição:
Painel de azulejos (11x21) em faiança policroma: azul, amarelo, verde, ocre e manganês sobre branco. Reservas preenchidas por paisagens idealizadas, onde se inscrevem duas cenas de caça. Na da esquerda cão e caçador em movimento, este com a espingarda na mão, ave caída sobre solo, enquadrados entre duas árvores. Nos ramos cobertos de folhas poisam aves (pegas), numa composição assimétrica. Na cena da direita, caçador atrás de árvore dispara sobre cervídeo. Enquadram a composição duas árvores, com os ramos cobertos de folhas onde poisam três pavões. No solo à esquerda pavão com a cauda aberta. Estão separadas e circunscritas por cercadura, interrompida na base, ornada de ramos espinhosos ondulantes que terminam em flores. O desenho, de traço simples é compensado pela sua fluidez e pelo dinamismo da composição que a vivacidade das cores acentua, aspectos que lhe conferem grande plasticidade e carácter decorativo, evidenciando a influência oriental dos motivos.
Incorporação:
Doação - D. Ema Guedes Teixeira Vieira de Magalhães (proc. 9-A. 1/oft.)
Origem / Historial:
* Forma de Protecção: classificação; Nível de classificação; interesse nacional; Motivo: Necessidade de acautelamento de especiais medidas sobre o património cultural móvel de particular relevância para a Nação, designadamente os bens ou conjuntos de bens sobre os quais devam recair severas restrições de circulação no território nacional e internacional, nos termos da lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro e da respectiva legislação de desenvolvimento, devido ao facto da sua exemplaridade única, raridade, valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade artística no contexto de uma época e estado de conservação que torne imprescindível a sua permanência em condições ambientais e de segurança específicas e adequadas; Legislação aplicável: Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro; Acto Legislativo: Decreto; N.º 19/2006; 18/07/2006* Este painel de azulejos integra um conjutno de 13 painéis que foram encontrados na segunda década do nosso século, forrando uma das salas do Palácio dos Viscondes de Valmor, e oferecidos na época, pela proprietária ao Museu de Lamego. "Inesperado conjunto decorativo dos meados do século XVII, de rica policromia, cheio de carácter da época e certamente, inspirados, como frontais de altar de então, na decoração oriental dos panos da Índia" (Santos, Reynaldo, 1957). Efectivamente, as influências orientais são visíveis na composição e decoração ornamental, introduzidas em Portugal devido à difusão de gravuras um pouco por toda a Europa. Daí que as mesmas cenas apareçam muitas vezes repetidas mantendo a mesam estrutura, introduzindo o artista algumas modificações de adaptação do modelo ao seu gosto pessoal, sobretudo ao nível da posição e forma das figuras e do tratamento das cores. O Palácio de Valmor foi residência do 1º e 2º viscondes de Valmor, José Isidoro Guedes e Fausto de Queiróz Guedes, respectivamente tio bisavô e avô de D. Ema Guedes de Teixeira Vieira de Magalhães, casada com Aarão Moreira de Magalhães, sobrinha do poeta Fausto Guedes Teixeira. Esse edifício veio ao domínio da referida senhora por sucessão testamentária, que deu lugar a um complicado inventário judicial com demorados incidentes; e achava-se arrendado à Faculdade de Direito de Lisboa. Quando esta faculdade se transferiu para edifício próprio da chamada Cidade Universitária, verificou-se que numa determinada sala do edifício devoluto, existiam uns azulejos antigos cobertos de papel de parede. Posta em causa a alienação do prédio, ora devoluto, apresentou-se como adquirente a Embaixada da Alemanha. Como é lógico, logo surgiram os Serviços do Património Artístico Nacional que entraram em acção com vista à respectiva declaração de utilidade pública em relação à aludida pertença existente no edifício. Por sua vez, a referida entidade estrangeira, não aceitou efectivar a aquisição do prédio, enquanto permanecesse no seu interior qualquer parcela sujeita à superintendência do Estado Português. A solução encontrada, depois de se obter um parecer técnico favorável no sentido da possibilidade de remoção do azulejos sem risco de danificação, foi que estes fossem colocados num Museu, tendo sido contemplado o Museu de Lamego, por indicação expressa da proprietária, em requerimento enviado ao Ministério da Educação Nacional em 24 de Março de 1962, alegando uma velha tradição familiar e o desejo de prestar homenagem a seu tio, o poeta Fausto Guedes Teixeira, que, no Museu tinha, já, uma sala com o seu nome. D. Ema requeriu ainda, que com a remoção dos azulejos do Palácio, se tornasse efectiva a desclassificação do imóvel, uma vez que só a presença dos azulejos servia de fundamento à menção do mesmo no Dec. n.º 44075 de 5 de Dezembro de 1961. (O Dec-Lei 44452 de 5 de Julho de 1962 desclassifica o prédio). Os azulejos viriam a dar entrada no Museu de Lamego a 16 de Agosto de 1962 em 33 grades, depois do Museu Nacional de Arte Antiga ter manifestado o desejo de conservar em Lisboa, pelo menos, dois dos referidos painéis para integrarem o Museu do Azulejo, onde não existiam "exemplares deste tipo, dos mais curiosos e importantes para a ilustração da evolução do azulejo português" Simões, J. M. dos Santos, "in" Memorial enviado ao Museu de Lamego em 9 de Fevereiro de 1962). No dia 23 de Julho de 1963, foi inaugurada a sala de cerâmica com a exposição dos azulejos do séc.XVII, após um "apreciável trabalho de enquadramento e montagem" ("in" Comércio do Porto, 29/07/1963).
 
     
     
   
     
     
     
 
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